segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O Velho no Novo

Por Flademir Cardoso

                  O novo BardomorroPub com o velho rock and roll, na noite deste último sábado (23/02), depois de muitos meses retornei a uma festa no pé no morro ferrabraz considerado para muitos sapiranguenses o lugar do caralho.
                Algumas mudanças na filosofia, e também muitas mudanças na estrutura começando pela segurança e terminando no alto nível dos equipamentos de som e equalização de primeira que da as bandas uma confortável sonoridade.
                No palco a Primeira banda a se apresentar foi a nova Murder King com músicos já conhecidos do público roqueiro da cidade, na guitarra e vocal Lucas Dietrich, Bateria com Rodrigo Santos e no Baixo Natan Farias. Com um repertório variado e criativo, indo de Foo Fighters a Rage Against The Machine e de Kiss a Queens of the Stone Age com uma emoção e entusiasmo bem transparente que logo se alastrou até a galera presente.
                Para finalizar a noite subiu ao palco a banda Tio Necca com Juliano Soares Vocal, Gordo Matheus Bateria, Tommy Thomé Baixo, Gui Assunção e Vinícius Boaz nas Guitarras, em seu setlist canções do seu primeiro trabalho lançado recentemente e ainda sons novos para o próximo disco que vem por ai. Músicas como Sem Destino e Loucos Dias, com bom timbre nas guitarras, cadência na bateria o baixo com uma textura diferenciada e a voz alternativo grunge, a banda fez com que o público levantasse as mãos para o alto e dançasse junto.
                O BardomorroPub é um lugar legal pra dançar e se escabelar tem um som legal, gente legal e cerveja barata. 

quarta-feira, 25 de maio de 2011

novo código florestal.......

*NA SEMANA PASSADA houve uma verdadeira batalha econômica, política e
ideológica, travada entre diferentes interesses das classes sociais
brasileiras, tendo como palco a Câmara dos Deputados. O objetivo: quem pode
se apropriar dos bens da natureza de nosso território.*
*Qual é a situação atual? Há uma legislação em vigor, o Código Florestal
brasileiro, que determina a manutenção de áreas de reservas (intocadas) de
80% de cada estabelecimento na Amazônia, e 35% no bioma do cerrado. E há as
condicionantes de que nas beiras dos rios, riachos e no topo dos morros e
montanhas é preciso preservar e recuperar, como forma de proteger nossa água
potável.*
*Os capitalistas sempre agrediram a natureza, burlando a lei para buscar o
lucro máximo, retirando a madeira, fazendo carvão, e colocando seus bois e a
soja.*
*Muitos deles foram apanhados pelo Ibama em seus crimes ambientais e as
multas somam mais de R$ 8 bilhões. Só 1% foi pago.*
*E claro, há muitos pequenos agricultores nas regiões Sudeste e Sul, que por
falta de consciência, desconhecimento ou oportunismo, também desmataram até
a beira dos rios e no topo das montanhas nos últimos 100 anos. Mas não são
muitos; segundo levantamento governamental apenas 8% dos pequenos
agricultores.*
*Com o avanço dos interesses do capital financeiro e das grandes empresas
transnacionais do agronegócio sobre nossa agricultura, o Código Florestal
representa uma barreira para expansão de sua sanha lucrativa. Por isso
precisam derrubar os limites do código, para colocar o cerrado e amazônia à
mercê da soja, do boi etc.*
*Por outro lado, os fazendeiros inadimplentes com as multas, entre eles 27
deputados federais da direita, entrarão no Serasa a partir de 11 de junho e
não poderão acessar mais recursos públicos ou de crédito.*
*Ascendeu a luz amarela. Gastaram milhões para eleger sua bancada ruralista.
Fizeram acordos posteriores e ofereceram seus votos para eleger o presidente
da Câmara. Apostaram no apoio da Rede Globo e outros grandes jornais. Todo o
circo montado para que o relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que
atendia seus interesses, tivesse votação célere, e a sociedade não se
atentasse aos interesses que estão em jogo. *
*O governo encomendou uma pesquisa e percebeu que 95% da população
brasileira é contra qualquer mudança que implique em desmatamento de nossa
natureza. E a partir daí, começou a mexer-se.*
*Apresentou uma emenda alternativa ao relatório de Aldo Rebelo, e mesmo
assim, dois deputados falsificaram a proposta ao levá-la ao plenário.*
*Tudo isso gerou indignação, e a maior parte da bancada do PT, PSOL e PV
mobilizou-se para impedir a votação. Assim, ficamos livres, por enquanto, da
votação das mudanças propostas pelo relatório de Aldo Rebelo. Os
parlamentares direitistas querem votar logo porque sabem que têm a maioria
da Câmara amarrada e não querem que a sociedade brasileira se mobilize. Por
isso, o tempo funciona contra seus interesses.*
*Na semana passada houve também uma reunião em São Paulo com mais de 50
entidades nacionais, desde a CNBB, Greenpeace, setores da Contag, CUT,
movimentos sociais do campo, da Via Campesina, e entidades ambientalistas,
movimentos feministas. Todos contra o relatório de Aldo Rebelo. Lançaram um
manifesto nacional e prometem aumentar a mobilização em suas bases.*
*O que está em jogo é se os bens da natureza que temos no nosso território
devem ser usados em benefício de toda a sociedade ou liberados apenas para
que a sanha do lucro fácil seja apropriado por fazendeiros, empresas
estrangeiras e seus prepostos no Congresso Nacional.*
*A emenda do governo é mais sensata e pelo menos se contrapõe às mudanças
mais espoliativas do relatório de Rebelo, embora não seja o ideal. Por isso,
esperamos todos que haja um debate com toda a sociedade sobre as propostas
em disputa. E quando for a votação na Câmara, que os interesses do povo
brasileiro se sobreponham aos interesses da banca ruralista, financiada pelo
poder econômico, pagos com mais de R$ 800 milhões na campanha eleitoral,
como a imprensa divulgou na ocasião.*
*E depois, quando for ao Senado, esperamos que os senadores tenham mais
juízo ainda. Afinal, lá há apenas 13 senadores ruralistas de um total de 81.
E por fi m, quando for à sanção presidencial, que a presidenta Dilma tenha
mais juízo ainda e coragem em vetar tudo o que afete os interesses do povo.*
*E se o povo for derrotado em todas essas instâncias, cabem ainda ações de
inconstitucionalidade, como promete fazer o Ministério Publico Federal. E
aos movimentos sociais cabe lutar com suas bases por um plebiscito nacional
que de fato discuta com todo povo, e ele decida sobre como quer usar os bens
da natureza no Brasil.*
*Portanto, teremos ainda uma longa luta para que os bens da natureza tenham
uma função social para todos os seres vivos desse território, e não apenas
lucro para meia dúzia de oportunistas.*
(*Editorial do jornal brasil de fato – edição 429 - de 19 a 25 de maio de
2011)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Arte do Bem


Por Flademir Cardoso

A arte do grafitti é uma forma de manifestação artística em locais públicos. A definição mais popular diz que o grafiti é um tipo de inscrição feita em paredes, desta maneira temos relatos e vestígios do mesmo desde de o império romano. Seu aparecimento na idade contemporânia se deu na década de 1970, em Nova York, onde alguns jovens começaram a deixar seus marcas nas paredes da cidade, e que algum tempo depois essas marcas evoluíram com técnica e desenhos mais detalhados.
O grafite esta ligado a vários movimentos, mas em especial ao Hip Hop. Para este movimento o grafite é a forma de expressar toda a opressão e preconceito da humanidade, o grafite reflete a realidade das ruas. No Brasil o grafite chegou na década de 70, em São Paulo, mas os brasileiros não se contentaram com o grafite norte americano, então começaram a incrementar a arte com um toque brasileiro de ser, o grafite brasileiro é reconhecido entre os melhores e ousados do mundo.
Em Sapiranga no Rio Grande do Sul, consideramos o grafite uma forma de rebeldia dos jovens que vivem este momento transitório de suas vidas de uma forma independente e responsável. O Projeto Galerias ao ar livre, que desde 2008 já recebeu mais de mil grafiteiros de todo o país, hoje já consolidado evento anual, que através das redes sociais fazem sua própria organização para não perder nenhum tempo no momento que aqui chegam.
No brasil precisamos lutar para conquistar mais espaços deste para a prática, afinal somos um movimento de apenas 40 anos , mas com uma representação grande, mostrando organização e responsabilidade seguimos rompendo pre conceitos nesta sociedade exclusiva.

quinta-feira, 31 de março de 2011

A Guerra Fascista Da Nato

Por Fidel Castro

Não era preciso ser um adivinho para saber o que previ com rigorosa precisão em três Reflexões que publiquei no sítio Web CubaDebate, entre 21 de fevereiro e 3 de março: “O plano da NATO é ocupar Líbia”, “Dança macabra de cinismo”, e “A Guerra inevitável da NATO”.

Nem sequer os líderes fascistas da Alemanha e da Itália foram tão sumamente descarados por ocasião da Guerra Civil Espanhola desatada em 1936, um episódio de que muitos talvez se tenham lembrado nestes dias.

Decorreram já desde aquela altura exatamente quase 75 anos; porém nada que possa se parecer às mudanças que aconteceram em 75 séculos, ou se quiserem, em 75 milênios da vida humana no nosso planeta.

Às vezes parece que, aqueles que serenamente opinamos sobre estes temas somos exagerados. Atrever-me-ia dizer que se calhar somos ingênuos quando supomos que todos deveríamos ficar cientes do engano ou da colossal ignorância a que tem sido arrastada a humanidade.

Existia em 1936 um intenso enfrentamento entre dois sistemas e duas ideologias aproximadamente equiparadas em seu poder militar.

Então as armas pareciam brinquedos comparadas com as atuais. A humanidade tinha garantida a sobrevivência, apesar do poder destruidor e localmente mortífero das mesmas. Cidades inteiras, e inclusive nações, podiam ser virtualmente arrasadas. Contudo, jamais os seres humanos, em sua totalidade, podiam ser várias vezes exterminados pelo estúpido e suicida poder desenvolvido pelas ciências e as tecnologias desta época.

Partindo destas realidades, resultam vergonhosas as notícias que são transmitidas continuadamente sobre o emprego de potentes mísseis dirigidos por laser, de total precisão; caças-bombardeiros que duplicam a velocidade do som; potentes explosivos que fazem estourar metais endurecidos com urânio, cujo efeito sobre os povoadores e seus descendentes perdura por tempo indefinido.

Cuba expôs na reunião de Genebra sua posição relativamente ao problema interno da Líbia. Defendeu sem hesitar a idéia de uma solução política ao conflito nesse país, e se opôs categoricamente a qualquer intervenção militar estrangeira.

Em um mundo onde a aliança dos Estados Unidos e das potências capitalistas desenvolvidas da Europa se apodera cada vez mais dos recursos e do fruto do trabalho dos povos, qualquer cidadão honesto, seja qual for sua posição perante o governo, opor-se-ia à intervenção militar estrangeira em sua Pátria.

O mais absurdo da situação atual é que antes de se iniciar a brutal guerra no Norte da África, em outra região do mundo a quase 10 000 quilômetros de distância, tinha acontecido um acidente nuclear num dos pontos mais densamente povoados do planeta após um tsunami provocado por um terremoto de magnitude 9 que a um país trabalhador como o Japão já quase lhe custou 30 mil vítimas fatais. Tal acidente não haveria podido produzir-se 75 anos antes.

No Haiti, um país pobre e subdesenvolvido, um terremoto de apenas 7 graus na escala de Richter ocasionou mais de 300 mil mortos, incontáveis feridos e centenas de milhares de lesados.

Todavia, no Japão o terrivelmente trágico foi o acidente na usina termonuclear de Fukushima, cujas conseqüências ainda estão por serem determinadas.

Citarei apenas algumas manchetes das agências noticiosas:

“ANSA.- A usina nuclear de Fukushima 1 está difundindo “radiações extremamente fortes, potencialmente letais”, disse Gregory Jaczko, chefe da Nuclear Regulatory Commission (NRC), o ente nuclear estadunidense.”

“EFE.- A ameaça nuclear pela crítica situação de uma usina no Japão após o sismo, tem disparado as revisões da segurança das plantas atômicas no mundo e tem levado alguns países a paralisarem seus planos.”

“Reuters.- O devastador terremoto do Japão e o aprofundamento da crise nuclear poderia gerar perdas de até 200 000 milhões de dólares na sua economia, mas o impacto global é difícil de avaliar pelo momento.”

“EFE.- A deterioração de um reator após outro na termonuclear de Fukushima continuou alimentando hoje o temor a um desastre nuclear no Japão, sem que as desesperadas tentativas para controlar uma fuga radiativa abrissem uma possibilidade à esperança.”

“AFP.- Imperador Akihito expressa preocupação pelo caráter imprevisível da crise nuclear que abate o Japão após o sismo e o tsunami que mataram milhares de pessoas e deixaram 500 000 sem lar. Informam novo terremoto na região de Tóquio.”

Há notícias que falam de temas ainda mais preocupantes. Alguns mencionam a presença de iodo radiativo tóxico na água de Tóquio, que duplica a quantidade tolerável que podem consumir as crianças mais pequenas na capital japonesa. Uma das informações fala que as reservas de água engarrafada se estão esgotando em Tóquio, cidade localizada em uma prefeitura a mais de 200 quilômetros de Fukushima.

Este conjunto de circunstâncias determina uma situação dramática para nosso mundo.

Posso expressar meus pontos de vista sobre a guerra na Líbia com inteira liberdade.

Não partilho com o líder desse país concepções políticas ou de caráter religioso. Sou marxista-leninista e martiano, como já expressei.

Vejo a Líbia como um membro do Movimento de Países Não Alinhados e um Estado soberano dos quase 200 da Organização de Nações Unidas.

Jamais um país grande ou pequeno, neste caso de apenas 5 milhões de habitantes, foi vítima de um ataque tão brutal pela força aérea de uma organização belicista que possui milhares de caças-bombardeiros, mais de 100 submarinos, porta-aviões nucleares, e suficiente arsenal para destruir o planeta numerosas vezes. Tal situação jamais a conheceu nossa espécie e não existia nada parecido há 75 anos quando os bombardeiros nazis atacaram objetivos na Espanha.

Contudo, agora a desprestigiada e criminosa NATO escreverá uma “bela” historieta sobre seu “humanitário” bombardeamento.

Se Khaddhafi fizer honra às tradições de seu povo e decidisse combater, como tem prometido, até o último alento junto dos líbios que estão enfrentando os piores bombardeamentos que jamais sofreu um país, afundará na lama da ignomínia à NATO e seus projetos criminosos.

Os povos respeitam e acreditam nos homens que sabem cumprir o dever.

Há mais de 50 anos, quando os Estados Unidos assassinaram mais de cem cubanos com a explosão do mercante “La Coubre”, nosso povo proclamou “Pátria ou Morte”. Tem cumprido, e sempre tem estado disposto a cumprir sua palavra.

“Quem intentar se apoderar de Cuba ―exclamou o mais glorioso combatente da nossa história― só recolherá a poeira do seu solo anegado em sangue”.

Peço-lhes me desculpem a franqueza com que abordo o tema.

Entre a emigração e o crime

Por Fidel Castro

Os latino-americanos não são criminais natos nem inventaram as drogas.

Os astecas, os maias, e outros grupos humanos pré-colombianos do México e da América Central, por exemplo, eram excelentes agricultores e nem sequer conheciam a cultura da coca.

Os quíchuas e os aimaras foram capazes de produzir nutritivos alimentos em terraços perfeitos que seguiam as curvas de nível das montanhas. Em planaltos que ultrapassam às vezes os três e quatro mil metros de altura, cultivavam a quina, um cereal rico em proteínas, e a batata.

Conheciam e cultivavam também a planta da coca, cujas folhas mastigavam desde tempos imemoriais para mitigarem o rigor das alturas. Tratava-se de um costume milenar que os povos praticavam com produtos como o café, o tabaco, o licor ou outros.

A coca era originária das abruptas ladeiras dos Andes amazônicos. Seus povoadores a conheciam muito tempo antes do Império Inca, cujo território, em seu máximo esplendor, espalhava-se no espaço atual do Sul da Colômbia, todo o Equador, o Peru, a Bolívia, o Leste do Chile, e o Nordeste da Argentina; que totalizava cerca de dois milhões de quilômetros quadrados.

O consumo da folha de coca se converteu em privilégio dos imperadores Incas e da nobreza nas cerimônias religiosas.

Ao desaparecer o Império após a invasão espanhola, os novos amos estimularam o hábito tradicional de mastigar a folha para estender as horas de trabalho da mão-de-obra indígena, um direito que perdurou até que a Convenção Única sobre Entorpecentes das Nações Unidas proibiu o uso da folha de coca, salvo com fins médicos ou científicos.

Foi assinada por quase todos os países. Apenas se discutia qualquer tema relacionado com a saúde. O tráfico de cocaína não atingia nessa altura sua enorme magnitude atual. Nos anos decorridos criaram-se gravíssimos problemas que exigem de análises profundas.

Sobre o espinhoso tema da relação entre a droga e o crime organizado a própria ONU afirma delicadamente que “América Latina é ineficiente no combate ao crime.”

A informação que publicam diferentes instituições varia devido a que o assunto é sensível. Os dados às vezes são tão complexos e variados que podem induzir a confusão. Do que não cabe a menor dúvida é que o problema se agrava aceleradamente.

Há quase um mês e meio, no dia 11 de fevereiro de 2011 um relatório publicado na Cidade de México pelo Conselho Cidadão para a Segurança Pública e a Justiça desse país, oferece dados interessantes sobre as 50 cidades mais violentas do mundo, pelo número de homicídios acontecidos no ano 2010. Nesse relatório se afirma que o México reúne 25% dessas cidades. Por terceiro ano consecutivo o lugar número um corresponde a Cidade Juárez, na fronteira com os Estados Unidos.

A seguir expõe que “…nesse ano a taxa de homicídios dolosos de Juárez foi 35% superior à de Kandahar, Afeganistão ―a número dois no ranking― e 941% superior à de Bagdad…”, isto é, quase dez vezes superior à capital do Iraque, cidade que ocupa o número 50 da lista.

Quase de imediato acrescenta que a cidade de San Pedro Sula, em Honduras, ocupa o terceiro lugar com 125 homicídios por cada 100 000 habitantes; sendo superada apenas por Cidade Juárez, no México, com 229; e Kandahar, Afeganistão, com 169.

Tegucigalpa, Honduras, ocupa o sexto lugar com
109 homicídios, por cada 100 000 habitantes.

Deste modo se pode constatar que Honduras, a da base aérea ianque de Palmerola, onde aconteceu um Golpe de Estado já sob a presidência de Obama, tem duas cidades entre as seis em que se produzem mais homicídios no mundo. Cidade de Guatemala alcança 106.

De acordo ao referido relatório, a cidade colombiana de Medellín, com 87.42 figura também entre as mais violentas da América e do mundo.

O discurso do Presidente norte-americano Barack Obama em El Salvador, e sua posterior conferência de imprensa, conduziram-me ao dever de publicar essas linhas sobre o tema.

Na Reflexão de 21 de março lhe critiquei sua falta de ética ao não mencionar no Chile nem sequer o nome de Salvador Allende, um símbolo de dignidade e valentia para o mundo, que morreu como conseqüência do golpe de Estado promovido por um Presidente dos Estados Unidos.

Como sabia que no dia seguinte visitaria El Salvador, um país centro-americano símbolo das lutas dos povos da nossa América que mais tem sofrido como conseqüência da política dos Estados Unidos no nosso hemisfério, eu disse: “Ali terá de inventar bastante, porque nessa irmã nação centro-americana, as armas e os treinadores que recebeu dos governos do seu país, derramaram muito sangue.”

Desejava-lhe boa viagem e “um pouco mais de sensatez.” Devo admitir que em seu longo périplo, foi um pouco mais cuidadoso no último trecho.

Monsenhor Oscar Arnulfo Romero era um homem admirado por todos os latino-americanos, crentes ou não crentes, assim como os sacerdotes jesuítas covardemente assassinados pelos capangas que os Estados Unidos treinaram, apoiaram e armaram até os dentes. Em El Salvador, a FMLN, organização militante de esquerda, levou a cabo uma das lutas mais heróicas do nosso continente.

O povo salvadorenho lhe concedeu a vitória ao Partido que emergiu do seio desses gloriosos combatentes, cuja história profunda não é hora de construir ainda.

O que urge é encarar o dramático dilema que vive El Salvador, do mesmo modo que o México, o resto da América Central e da América do Sul.

O próprio Obama expressou que por volta de 2 milhões de salvadorenhos moram nos Estados Unidos, o que equivale a 30% da população desse país. A brutal repressão desatada contra os patriotas, e a pilhagem sistemática de El Salvador imposta pelos Estados Unidos, obrigou centenas de milhares de salvadorenhos a emigrarem para aquele território.

O novo é que, à desesperada situação dos centro-americanos, junta-se o fabuloso poder dos bandos terroristas, as sofisticadas armas e a demanda de drogas, originadas pelo mercado dos Estados Unidos.

O Presidente de El Salvador no breve discurso que precedeu ao do visitante, expressou textualmente: “Insisti-lhe que o tema do crime organizado, o narcotráfico, a insegurança cidadã não é um tema que ocupe apenas a El Salvador, a Guatemala, Honduras ou a Nicarágua e nem sequer o México ou a Colômbia; é um tema que nos ocupa como região, e nesse sentido estamos trabalhando na construção de uma estratégia regional, através da Iniciativa CARFI.”

“…insisti-lhe em que este é um tema que não só deve ser abordado desde a perspectiva da perseguição do delito, através do fortalecimento das nossas polícias e dos nossos exércitos, mas que também enfatizando nas políticas de prevenção do delito e portanto, a melhor arma para combater em si a delinqüência na região, é investindo em políticas sociais.”

Em sua resposta o mandatário norte-americano disse: “O Presidente Funes tem-se comprometido a criar mais oportunidades econômicas aqui em El Salvador para que a gente não sinta que deve encaminhar-se rumo ao norte para manter sua família”.

“Sei que isto resulta especialmente importante para os aproximadamente 2 milhões de salvadorenhos que estão morando e trabalhando nos Estados Unidos.”

“…pus ao par ao Presidente sobre as novas medidas de proteção ao consumidor que promulguei, que lhes dão às pessoas mais informação e garantem que suas remessas realmente cheguem até seus seres queridos em casa.

“Hoje também estamos lançando um novo esforço para fazer face aos narcotraficantes e às gangues que têm causado tanta violência em todos os países, nomeadamente cá na América Central.”

“…dedicaremos $200 milhões para apoiar os esforços aqui na região, o que inclui encarar [...] as forças sociais e econômicas que incentivam os jovens à criminalidade. Ajudaremos para reforçar os tribunais, os grupos da sociedade civil e às instituições que defendem o estado de direito.”

Não preciso de mais uma palavra para expressar a essência de uma situação dolorosamente triste.

A realidade é que muitos jovens centro-americanos têm sido conduzidos pelo imperialismo a cruzarem uma rígida e cada vez mais infranqueável fronteira, ou prestar serviços nos bandos milionários dos narcotraficantes.

Não seria mais justo ―pergunto-me― uma Lei de Ajuste para todos os latino-americanos, como a que foi inventada para castigar Cuba há já quase meio século? Continuará crescendo até o infinito o número de pessoas que morrem cruzando a fronteira dos Estados Unidos e as dezenas de milhares que já estão morrendo cada ano nos povos aos que o senhor oferece uma “Aliança Igualitária”?

Kadafi e as potências ocidentais

Por Frei Betto

As potências ocidentais, lideradas pelos EUA, botam a boca no trombone em defesa dos direitos humanos na Líbia. E as ocupações genocidas do Iraque e do Afeganistão? Quem dobra os sinos por um milhão de mortos no Iraque? Quem conduz à Corte Internacional de Justiça da ONU os assassinos confessos no Afeganistão, os responsáveis por crimes de lesa-humanidade? Por que o Conselho de Segurança da ONU não diz uma palavra contra os massacres praticados contra os povos iraquiano, afegão e palestino?

O interesse dos EUA e da União Europeia não é a defesa dos direitos humanos na Líbia. É assegurar o controle de um território que produz 1,7 milhão de barris de petróleo por dia, dos quais depende a energia de países como Itália, Portugal, Áustria e Irlanda.

O caso do Iraque é exemplar: os EUA inventaram as jamais encontradas “armas de destruição em massa” de Saddam Hussein para exercer o controle sobre um país que é o segundo maior produtor mundial de petróleo – 2,11 milhões de barris por dia, só superado pela Arábia Saudita. E possui uma reserva calculada em 115 bilhões de barris. Soma-se a essa riqueza o fato de ocupar uma posição geográfica estratégica, já que faz fronteiras com Arábia Saudita, Irã, Jordânia, Kwait, Síria e Turquia.

No próximo dia 20 de março, completam-se oito anos que os EUA e parceiros invadiram o Iraque sob o pretexto de “estabelecer a democracia”. O governo de Maliki está longe do que possa ser considerado uma democracia. Em fevereiro último, milhares de iraquianos foram às ruas para reivindicar trabalho, pão, eletricidade e água potável. O exército os reprimiu brutalmente, com mortes, detenções arbitrárias e sequestro de ativistas. Nenhuma potência mundial clamou em favor do direitos humanos nem sugeriu que Maliki responda perante tribunais internacionais.

A ONU é, hoje, lamentavelmente, uma instituição desacreditada. Os EUA a utilizam para aprovar resoluções que justifiquem seu papel de polícia global a serviço de um sistema injusto e excludente. Quando a ONU aprova resoluções que contrariam a Casa Branca – como a condenação do bloqueio a Cuba e da opressão dos palestinos – ela simplesmente faz ouvidos moucos.

Kadafi está no poder desde 1969. São 42 anos de ditadura. Por que os EUA e a União Europeia jamais falaram em derrubá-lo? Porque, apesar de seus atentados terroristas, era conveniente manter ali um déspota que atraía investimentos estrangeiros e impedia que chegassem à Europa os imigrantes ilegais da África subsaariana, ou seja, todos os países ao sul do deserto de Saara.

Agora que o povo líbio clama por liberdade, os EUA ocupam posições estratégicas no Mediterrâneo. Barcos anfíbios, aviões e helicópteros são transportados pelos navios de guerra US Ponce e US Kearsarge. A União Europeia, por sua vez, não está preocupada com a democracia na Líbia, e sim em evitar que milhares de refugiados desembarquem em seus países combalidos pela crise financeira.

Temem ainda que a onda libertária que assola os países árabes, produtores de petróleo, elevem o preço do produto, onerando ainda mais as potências ocidentais, que lutam com dificuldade para vencer a crise do sistema capitalista.

Fala-se em estabelecer uma “zona de exclusão aérea” na Líbia. Isso significa bombardear os aeroportos do país e todas as aeronaves ali estacionadas. E exige o envio de porta-aviões às costas africanas. Em suma: uma nova frente de guerra.

O fato é que a Casa Branca foi surpreendida pelo movimento libertário no mundo árabe e, agora, não sabe como proceder. Era mais cômodo prosseguir cúmplice dos regimes autoritários em troca de fontes de energia, como gás e petróleo. Mas como opor-se ao clamor por democracia e evitar o risco de o governo de tais países cair em mãos de fundamentalistas?

Kadafi chegou ao poder com amplo apoio popular ao derrubar o regime tirânico do rei Idris, em 1969. Mordido pela mosca azul, com o tempo esqueceu todas a promessas libertárias que fizera. Em 1974, valendo-se da recessão mundial, expulsou as empresas ocidentais, expropriou propriedades estrangeiras, e promoveu uma série de reformas progressistas que fizeram melhorar a qualidade de vida dos líbios.

Finda a União Soviética, a partir de 1993 Kadafi deu boas-vindas aos investimentos estrangeiros. Após a queda de Saddam, temendo ser a bola da vez, assinou acordos para erradicar armas de destruição em massa e indenizou vítimas de seus atentados terroristas. Tornou-se feroz caçador de Osama Bin Laden. Pediu ingresso no FMI, criou zonas especiais de livre comércio, abriu o país às transnacionais do petróleo e eliminou os subsídios aos produtos alimentícios de primeira necessidade. Iniciou o processo de privatização da economia, o que fez o desemprego aumentar cerca de 30% e agravar a desigualdade social.

Kadafi mereceu elogios de Tony Blair, Berlusconi, Sarkozy e Zapatero. Como ao Ocidente, desagradou-lhe a derrubada dos governos tirânicos da Tunísia e do Egito. Agora, atira contra um povo desarmado que aspira vê-lo fora do poder.

Para as potências ocidentais, Kadafi tornou-se uma carta fora do baralho. O problema, agora, é como derrubá-lo de fato sem abrir uma nova frente de guerra e tornar a Líbia um “protetorado” sob controle da Casa Branca. Se Kadafi resistir, Bin Laden pode ganhar mais um aliado ou, no mínimo, um concorrente em matéria de ameaças terroristas.

O discurso do Ocidente é a democracia. O interesse, o petróleo. E para o capitalismo, só isto interessa: privatizar as fontes de riqueza. Enquanto a lógica do capital predominar sobre a da liberdade, o Ocidente jamais conhecerá verdadeiras democracias, aquelas nas quais a maioria do povo decide os destinos da nação.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Tio Necca no bardomorro


dae galera hoje tem festa de rock com a banda Tio Necca, que no palco do bardomorro apresentara as musicas voar, cristais, sem destino entre outras de seu recente albún lançado no ano de 2010. Além de cantar músicas próprias, aquecem a noite com covers das bandas Kings Of Leon, Queens of the stone age, smashing pumpkins.
para curtir a festa os roqueiros pagam R$ 10 e as roqueiras R$ 5.

Bardomorro laches, bebidas, liberdade e muito rock and roll

Acesse: www.sapirangarockandroll.blogspot.com